PAISANOS EM PROSA XIII - E CIDADE, F GUMMO, M ARMANI ( PARTE 2 )

Esta é a SEGUNDA PARTE da edição 13. Continuamos o bate-papo com Éverton Cidade, Fabiano Gummo e Marcelo Armani.

PAISANOS EM PROSA 13 ( Parte 2 )
Produção, direção, edição, zen-budismo: Éver Ribeiro
Paisanos: Éver Ribeiro, Lucas Moreira, Tchakaruga de Paranaguá e Zeca Baronio
Convidados: Éverton Cidade, Fabiano Gummo e Marcelo Armani
Apoio: Livraria do Trem




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PAISANOS EM PROSA XIII - E CIDADE, F GUMMO, M ARMANI ( PARTE 1 )

Esta é a edição 13. Não sei se por coincidência, mas nesta exata edição é onde convidamos o homem da lágrima tatuada no olho, o pai do Emo, o sobrevivente Éverton Cidade. Acompanhando-o na função estão Fabiano Gummo, artista gráfico, e Marcelo Armani, músico-instrumentista, ex-integrante da Screams of Life.

O papo foi tão bom ( pelo menos pra gente aqui do Paisanos ) que decidimos fazer esta edição em duas partes. Confere aí a parte 1.

PAISANOS EM PROSA 13 ( Parte 1 )
Produção, direção, edição, zen-budismo: Éver Ribeiro
Paisanos: Éver Ribeiro, Lucas Moreira, Tchakaruga de Paranaguá e Zeca Baronio
Convidados: Éverton Cidade, Fabiano Gummo e Marcelo Armani
Apoio: Livraria do Trem




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PAISANOS EM PROSA XII - VANISE CARNEIRO

A VANISE é atriz. Nascida em SANTA MARIA mas leopoldense por formação. Além disso, é arte-educadora, diretora e produtora teatral, Bacharel em Artes Cênicas pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS, com habilitação em Interpretação Teatral.

Iniciou seu trabalho em teatro em 1987, em São Leopoldo, quando entrou para trupe teatral A Gang do Beijo. Integrou também a Cia Corpos e Sombras, a Trupe Teatral Sul Tri Azul, de Novo Hamburgo e o GTU, grupo teatral da Unisinos. Em 1989 mudou-se para Porto Alegre e em 1991 ingressou no DAD (UFRGS).

Indicada ao prêmio Açorianos Melhor Atriz Coadjuvante:
- Hamleto, direção luciano Alabarse (1994)
- Abajur Lilás, direção de Roberto Oliveira (1997)

Indicada Prêmio Açorianos Melhor Atriz:
- O Bandido e o Cantador, direção patrícia Fagundes (1996)

Prêmios Açorianos de Melhor Direção e Melhor Cenário:
- Ella, monólogo que dirigia e atuava

Desde 1997 vem trabalhando também com cinema e produções para TV. Em sua trajetória no cinema atuou no média Até e nos curtas Quem? e Vaga-lume, de Gilson Vargas. Por Vaga-lume recebeu o prêmio Melhor Atriz na Mostra Gaúcha do Festival de Gramado.

Enfim... VANISE CARNEIRO é a PAISANA desta edição. Confere aí:

PAISANOS EM PROSA 12
Produção, direção, edição, zen-budismo: Éver Ribeiro
Paisanos: Éver Ribeiro, Lucas Moreira e Tchakaruga de Paranaguá
Convidada: Vanise Carneiro
Música ao Vivo: Éver Ribeiro, Vanise Carneiro, Melissa Iung e Tchakaruga de Paranaguá
Apoio: Livraria do Trem




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PAISANOS EM PROSA 11 - JORNAL POIS É

Caímos na rede novamente. Décima primeira edição do Paisanos em Prosa, segunda em formato de áudio. Desta vez entrevistamos o pessoal do Jornal Pois é. Sintonia legal com esta galera que produz um jornal independente e gratuito e que circula na cidade de São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Clica no link abaixo e confere!

PAISANOS EM PROSA 11

Produção, direção, edição, zen-budismo: Éver Ribeiro
Paisanos: Éver Ribeiro, Zeca Barônio, Lucas Moreira, Tchakaruga de Paranaguá
Convidados: Jornal Pois é
Apoio: Livraria do Trem






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CANSADO DO VELHO LENGA-LENGA?

A SoloUrbano Produções orgulhosamente apresenta UM NOVO LENGA-LENGA:

Eu tenho essa mania abobada de me orgulhar dos meus amigos e - ainda que muito discretamente - mitificá-los, mimá-los, mimetizá-los e cacofonizá-los. Sou daqueles que não praguejaria se tu rasgasse todas minhas figurinhas do Caverna do Dragão mas POR FAVOR, DEIXE MEUS AMIGOS EM PAZ.

Pois bem... não sei agora quando foi que me passou pela cabeça que seria massa revelar estas criaturas para outras pessoas. Achei que não custaria nada dividí-los um pouco, em troca da satisfação de anunciá-los. Tipo: tá vendo esse aqui? Meu amigo! Tem a cabeça puro húmos... E-é-meu-a-mi-go!

E foi assim - simples assim - que tive o primeiro ímpeto de convidar o ZACK para estreiar o Paisanos em Prosa. Já nas primeiras edições, descobri que, revelando os convidados para outros, estava também revelando-os para mim. Isso me fez continuar e convidar não apenas meus amigos, mas as pessoas que imaginava poder tomar como tal. Foram nove até então. Tudo, como sempre, na base do improviso.

O processo era mais ou menos assim: um encontro no MSN ( muitos deles de surpresa ), a primeira pergunta fixa para todos e a partir daí, sem conceber previamente qualquer pauta, ir levando o assunto. Todos se sairam muito bem, afinal, são meus amigos.

Na décima edição do Paisanos em Prosa, achei que estava na hora de dar voz pra esta turma... Então é isso aí. Um programa de áudio. Um bate-papo, como tantos outros, mas melhor: meus amigos, lembras ?

Esse primeiro um pouco tumultuado, talvez, como todo começo... Mas a gente taí pra aperfeiçoar e, com certeza, fazer um negócio realmente interessante. Afinal de contas, eles são... Ah! Tu já entendeste!

[Éver Ribeiro]

PAISANOS EM PROSA 10

Produção, direção, edição, zen-budismo: Éver Ribeiro
Paisanos: Éver Ribeiro, Zeca Barônio, Lucas Moreira, Tchakaruga de Paranaguá
Convidado: Mauro Menine
Apoio: Livraria do Trem

CLICA AQUI PARA OUVIR!

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PAISANOS EM PROSA IX - LUCAS MOREIRA

Fiquei sabendo pelo jornal que um cara tinha feito um filme de terror trash em São Leopoldo. Li, neste texto, algumas frases sobre grana do próprio bolso e carne estragada de açougue e não precisei muito mais pra virar fã do cara mesmo sem saber sobre o que se tratava. Decididamente, uma pessoa que resolve bancar uma produção cinematográfica aqui na cidade tem meu apreço antecipadamente, pensei.

Não demorou muito e nos encontramos na primeira reunião de um pretenso clube de cinema leopoldense. Não deu outra: o 'piá' é determinado pra caramba, além de ser um prazeroso interlocutor.

Não acredita que um diretor de trash movie pode ser simpático e gente fina? Então confere aí:

LUCAS MOREIRA
19 anos
Cineasta ( segundo o próprio: bem, eu to ganhando pra fazer um documentário, será que dá pra me chamar de cineasta dai? hehe )



SOLO - O que, a cada dia, te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

LUCAS - Cara, eu preciso terminar os filmes, é isso que me dá motivação, eu não vejo a hora de concluír e lançar eles, a partir do momento que começamos a fazer um filme eu fico um bocado inseguro se ele vai chegar até o final mesmo, se vai dar tudo certo, e agora o que eu mais quero é ver as imagens juntas e assistir o filme mesmo. É uma coisa que está incompleta e eu tenho que completá-la.


SOLO - De onde vem esta necessidade? É o prazer do trabalho pronto ou a grana só entra depois da finalização ( hehehe )?

LUCAS - Não, não, na verdade esses que eu falei - os que já estão gravados e só falta edição/finalização - são projetos pessoais mesmo, é mesmo pela vontade de ver eles prontos e de mostrar para as pessoas. Até porque até agora eu não consegui passar uma boa e clara imagem do meu trabalho para as pessoas (porque o "Massacre Cirúrgico" foi feito em péssimas condições). eu diria que este novo filme, o "Onde As Coisas Cruéis Vivem" é o meu primeiro filme, porque foi levado mais a sério, o outro foi uma ( divertida) brincadeira com câmera VHS, coisa que normalmente crianças fazem, mas eu só tive acesso aos 17 anos.


SOLO - Quando tu caiste nesta vida de querer filmar? O que te motivou a produzir um filme?

LUCAS - Bah isso vem de muito tempo, remete ao tempo que eu era um espermatozóide até, eu me lembro de aos 6/7 vendo muitos filmes já ( em especial de terror até, as atendentes até deixavam eu entrar dentro da locadora e revirava as prateleiras), aos 8 eu já me lembro de desenhar filmes (tipo um storybord, ainda que só fizesse sentido na minha cabeça) e de pelos 9 meu pai me levar numa sala de projeção. Só que até ai eu sabia que gostava muito de filmes, mas nunca imaginei fazer filmes, acho que isso foi mais por diversão e nessa brincadeira que eu fui percebendo que era possível ir fazendo mais e mais coisas.


SOLO - E como foi esta primeira "brincadeira"? Como começou e como foi o processo? Foi o Massacre?

LUCAS - Começou no momento em que as ferramentas me cairam nas mãos: quando eu tinha só o computador comecei a fazer animações em flash; depois quando comprei uma web cam de merda eu comecei a gravar animações em stop motion; e depois quando ganhei a câmera VHS fiz o Massacre.


SOLO - AH Lucas! Falando assim parece que é só pegar uma VHS e fazer filme. E provavelmente não seja assim. Conta aí como se desenrolaram as coisas desde o momento que tu falaste quero fazer o Massacre até o momento da finalização. Como foi conseguir elenco, técnica, construir a história, fazer o sangue jorrar, estas coisas...

LUCAS - Foi bem foda, porque nós sabiamos basicamente o que queriamos mas não sabiamos como fazer nada, tudo era uma grande experiência. A história eu nunca me aventurei a fazer nada que não passasse de básico: uma desculpa qualquer para as cenas de terror. Acho que é por isso que vários cineastas começam a fazer filmes através do terror, porque certo que eles se divertirão fazendo assim como assistindo. Mas as vezes pode ser um inferno, tanto que levamos 2 anos, porque tinhamos que pensar em como diabos iamos fazer aquelas cenas, testar as maquiagens, comprar produtos... os atores foram amigos sendo chamados, ou amigos de amigos, e ninguém ali sabia de nada, era tudo muito perdido. Eu sabia que estava incapaz de escrever uma boa história e de fazer uma boa edição (porque a qualidade do material VHS era sofrível) então eu queria que ao menos a direção, a minha area, fosse mais trabalhada, é por isso que decidi colocar experimentos no filme: ele é dividido em parte preto e branco parte colorido, ele tem um intervalo no meio, ele tem uma endoscopia real... pelo menos a direção salvaria ele de ser mais um filme de terror independente, porque é a maioria das pessoas nunca viu um filme metade preto e branco, a maioria nunca viu um filme com intervalo, estas coisas são de outros gêneros que não o terror e de filmes muito antigos (intervalo é coisa dos anos 50 né..), então pensava que isso seria novo para eles.


SOLO - Então além do divertimento e satisfação pessoal, tu te preocupas com o diálogo com um suposto publico? Que outros sentidos tu tens dado e tens descoberto nesta lida com o áudio-visual?

LUCAS - Não, eu penso em fazer o filme como eu quero, espero que gostem mas realmente eu não posso querer isso porque eu sei que meu gosto é difícil. Acho que as pessoas querem que todo filme seja bom como se isso fosse uma obrigação, não acho que um filme tenha obrigação de ser bom, um filme não tem obrigação de nada, um diretor pode colocar na cabeça "vou fazer um filme ruim, vou fazer uma coisa louca" e é isso ai, quando um cara decide colocar um intervalo de 1 minuto no meio do filme ele sabe que muita gente vai detestar, mas eu tenho que experimentar aquilo. Eu tenho é uma puta vontade de experimentar cinema de outras formas, por exemplo, agora estamos fazendo um filme chamado "Escombros" sem ator, sem diálogos, sem nada, só paredes. Eu e o Bruno (Fogaça) saimos por ai filmando paredes. Ninguém vai exibir isso em lugar nenhum, eu não vou vender dvd disso e é provável que ninguém assista até o final. Só a minha mãe, porque ela é minha mãe. É uma idéia loca, mas tem ficado bem bonito.


SOLO - Pô! Mãe entra em cada roubada, né?

LUCAS - Se entra, eu sempre digo que ela deveria amaldiçoar por eu gostar de cinema, por que é difícil gostar de outra coisa depois.


SOLO - Lucas, quais são tuas referências cinematográficas? Me dá uma situada sobre o que tu gostas e o que tu abominas no cinema...

LUCAS - Bom, eu não sou especializado em um gênero do cinema, nunca consegui, tipo tem gente que só gosta de um tipo, eu não poderia ser assim, excluir uma parte do cinema. Isso só me ferra porque eu tenho mais filmes pra ver ainda. Mas realmente eu vejo tudo que é tipo e aceito eles como são, dos filmes mais comerciais como "Transformers" aos dramas do Abbas Kiarostami (que eu tenho que ver mais). Eu não consigo ter discriminação com cinema mesmo, eu até saio por ai as vezes falando mal de alguns filmes, mas é tudo mentira, se me convidar pra qualquer filme eu vou feliz.
Mas deixa eu citar alguns aqui pra responder tua pergunta, deixa eu pensar, isso é foda.


SOLO - Oquei. Eu espero.

LUCAS - ( um tempo depois ) É, eu não consigo, vou dizer uns bons que vi recentemente, "Twentynine Palms" Bruno Dumont (muito foda, é uma mistura de drama francês com horror americano), "Two-Lane Blacktop" de Monte Hellman (ótimo mas pouco conhecido filme do anos 70), qualquer filme de Takashi Miike e esse ano teve "Sangue Negro" do Paul Thomas Anderson que me deixou embasbacado. Foi mal, eu sou péssimo nisso, mas pode alterar minhas palavras como quiser (e concertar os possíveis erros de português) hehehe(*)


SOLO - Cara! E São Leopoldo? Como tu vês esta cidade? Ela te interessa dentro da tua arte? E como tu vês a arte feita aqui? Existe uma cultura leopoldense?

LUCAS - Eu não tenho do que reclamar, a cidade tem ajudado bastante. Ela me interessou muito nos meus projetos até agora, fiz 2 filmes aqui, estamos fazendo 2 documentários e fora a loucura das paredes, então acho que já explorei bastante aqui, talvez agora vá filmar em outros lugares, não sei. Eu acho que não tem muito filme sendo feito aqui mas eu consigo ver claramente os motivos também. É difícil de se fazer um filme, e até que se comece a fazer parece um bocado impossível até. Fora que ver filmes aqui também é difícil.


SOLO - Tu saberias apontar as causas desta dificuldade toda?

LUCAS - Acho que muita gente quer ter um filme mas poucos acabam indo mesmo e fazendo. Talvez as pessoas se interessem mais em ficar no computador, em tocar numa banda, eu não sei. O cinema de shopping se dedica quase que 100% a cinema comercial... mas o público gosta deste cinema comercial... Talvez tudo que precise seja a vontade, seja convidar um amigo para fazer um filme... To patinando aqui, mas acho que essa última frase define bem, não quero ficar reclamando de falta de verba e etc, no fundo acho que o cinema pode ser feito por meios mais simples, eu pelo menos estou fazendo assim.



SOLO - Como foi trabalhar com a lenda viva: Freddy Krug... digo... com o BIBA?

LUCAS - É uma aula de vida todos os dias. As vezes ele ultrapassa a linha da sanidade e vai falando, em vários momentos a bateria e DVD da câmera já se acabaram e ele continua falando, isso fez toda a equipe se afastar hehehe, só sobrou eu. Quando encontrei ele pela primeira vez ele disse que já tinha estado na música, nos textos e na pintura, e só o que faltava era estar no cinema, espero ter contribuido pra isso. Tem muito material já, dava pra fazer um épico de 5 horas ou um seriado. Mas ele sempre tem novas idéias e sempre quer falar, ele se dá bem com a câmera. E ele riu muito da compração com o Freddy Krugger.


SOLO - Quais são teus filmes até agora? Quais os projetos novos? Onde encontrar teus trabalhos?

LUCAS - Filmes nós temos prontos 2: o "Massacre Cirúrgico" que é meu e o "Rottina" do Rodrigo Pedroso. Já outros curtas, animações, entrevistas e trailers dos futuros projetos estão todos no Youtube da produtora. E em criação está o meu novo filme "Onde As Coisas Cruéis Vivem" que acabamos a filmagem essa semana e agora entra pra edição, o "Escombros" que comecei as filmagens essa semana, o documentário do Biba que ninguém sabe quando vai terminar... e estou fazendo com a Makbo, em parceria com o Giovani Paim um trabalho com várias bandas de São Leopoldo, que já está em produção.


SOLO - Lucas, pra finalizar, o espaço é teu. Falaí o que faltou falar... No mais, grande abraço e obrigado pela entrevista. Sucesso, sempre!

LUCAS - Cara, rodou três vezes aqui durante a entrevista "News of The World" do Queen, que é um grande album. Obrigado por me chamar e a todo pessoal que ajudou no desenvolvimento dos filmes e para quem apoiou algo bizarro como o "Massacre Cirúrgico". Espero que gostem dos próximos filmes. Abração cara, valeu mesmo!


N.P.: mais coisa sobre o Lucas aqui: http://ondeascoisascrueisvivem.blogspot.com/

-= THE END =-


(*) as entrevistas do PAISANOS são feitas por MSN e eu mantenho o original que o entrevistado me envia, com raras correções.

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PAISANOS EM PROSA VIII - CLAUDIA KUNST

Não tem nada a ver com o mês da mulher. O motivo pra eu ter convidado a CLÁUDIA pra o oitavo paisanos está muito além dos gêneros. Apesar de eu conhecê-la recentemente, os ecos vindos de Ivoti não deixaram dúvidas: há alma.

E tá aí...

CLAUDIA KUNST
29 anos
Jornalista




SOLO - O que, a cada dia, te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

CLÁUDIA - Sou uma pessoa que sonha muito. Pra mim, tudo é possível. Todos os dias quando acordo, me deparo com mais um dia em que eu preciso batalhar pra cuidar de minha vida pessoal e profissional. Isso engloba todos que estão ao meu redor. E o que me deixa cada dia mais feliz é que, todos os dias, mesmo não fazendo nada tão mirabolante eu aprendo: com as pessoas, com as coisas, com a natureza, com o tempo. Esse é o mistério maior e mais intrigante: o tempo. E adoro levantar, sabendo que vou sempre aprender algo novo. Minha maior motivação, que eu acredito que seja permanente, é o entusiasmo que tenho pela vida e pelos meus objetivos, que são muitos.


SOLO - O tempo pode ser nosso maior aliado ou maior inimigo, né? Numa época onde a vida nos chama cada vez mais para o entretenimento mas ao mesmo tempo nos exige cada vez mais produção, como tu fazes para conciliar o tempo do sonho e do real, para que o tempo esteja ao teu lado?

CLÁUDIA - Sim, o tempo pode ser ambos, aliado ou inimigo. Aliado porque ele ensina, dá as respostas na hora certa. Mas também é inimigo porque ele não perdoa. Se tu não és suficientemente perspicaz para utilizá-lo na hora certa, de nada adianta entendê-lo. E acho que a palavra para a tua pergunta é organização. O tempo real é o inimigo, ele não dá trégua. Por exemplo, o alcance dos meus objetivos já está em atraso. No final de 2007, listei tanta coisa que quero fazer e estou correndo atrás de tudo agora, afinal, já estamos na metade de março de 2008. Os mecanismos de que dispomos hoje (vide tecnologia) ajuda muito nisso tudo. Mas é na hora do emocional, do tempo do sonho, que precisamos estar cientes do que fazemos de verdade. A organização é fundamental. Em tempos de internet, msn, downloads e tudo mais, precisamos ter um tempo para as amizades reais, as conversas nos botecos da vida, nas rodas de chimarrão, nos eventos artísticos e tudo o que a vida pode proporcionar em tempo real.


SOLO - "A vida não tem bola extra", afinal de contas... Mas pra continuar na história: tu moras numa cidade onde o tempo deve ser diferente do tempo que embala o centrão urbano. Como tu vês isso?

CLÁUDIA - “Tempo Tempo Tempo Tempo entro num acordo contigo”, como diria Caetano. Sim, o nosso tempo é totalmente diferente. Vamos dormir com as galinhas como se diz por aí. Mas não é esse o problema. Adoro dormir cedo e acordar cedo. Mas confesso que sinto falta de atividades culturais como teatro, cinema, boa música ao vivo, etc. Se bem que ainda não defini se, um monte de gente, sentada nos bancos da praça, bebendo muita cerveja e ouvindo Bruno e Marrone é cultural. Acho que é, mas eu não gosto. Então, digamos que eu sinta falta de atividades culturais que eu goste. Mas talvez eu não conte como habitante de Ivoti, sei lá. Por isso, preciso me deslocar aos centros urbanos para ver o que fazer numa sexta ou num sábado à noite, por exemplo.


SOLO - E que tipo de atividades tu gostas?

CLÁUDIA - Bem, todos sabem que sou muito musical. Gosto de ir a lugares onde eu possa ouvir música. Meu gosto musical é variado, gosto de Devendra Banhart, passando por Neil Young e Orquestra Imperial até Black Label Society. Mas adoro teatro, bibliotecas – lamento pela falta de tempo (olha ele aí...) porque não coincide com os horários que tenho disponível e o período de atendimento ao público da maioria delas. Algo que considero altamente cultural, não é preciso gastar e é imensamente satisfatório são as discussões com amigos e parceiros do meio cultural. Dali saem dicas de livros, filmes, músicas e mais um monte de coisas bacanas. Sem falar nas risadas que são super saudáveis pra pele.


SOLO - O problema destes encontros é que sempre se esquece tudo no outro dia. Hehehe... Tu trabalhas com jornalismo há mais de 10 anos. O que podes contar desta experiência? O que tu achas da profissão, hoje? É preciso tanta informação?

CLÁUDIA - Bem, Éver, eu garanto que não esqueço de nada. Hehee. Vou de água sem gás mesmo. Bom, jornalismo é fascinante, é de alma, está no meu sangue. Gosto dele como um todo, principalmente do jornalismo Gonzo. Apesar de ter praticado pouco, mas é o que mais me atrai – participar da reportagem, vivê-la para poder escrever. Bem, o jornalismo me pegou de jeito quando eu nem tinha concluído o Ensino Médio. Comecei trabalhando no maior jornal diário da menor cidade da América Latina. Quer dizer, Dois Irmãos, em 1995/96, tinha 16 mil habitantes e tínhamos que fazer um jornal diário, de quatro páginas, vespertino. Eu brincava que, qualquer dia, levaria uma enxada para a redação para cavocar as reportagens. Imagina? Que manchete a cidade teria? Se ninguém fosse morto até as 15h, não tinha manchete... aí, era um Deus nos acuda (e lá vem o tempo de novo). Tinha que ter uma boa manchete em pouquíssimo tempo. Bem, isso tudo me proporcionou ter agilidade na minha redação, aumentou meu gosto pela leitura e pelo interesse de saber de tudo de forma completa. Odeio informação pela metade. E o mais importante: aprendi a questionar. Se é preciso ter tanta informação? Bem, o que acho é que a tendência do Jornalismo é como na Medicina. Digo tendência pelo aprimoramento constante, mas já se vem fazendo isso há alguns anos. É preciso se especializar em algum editorial. Jornais sim, devem ser amplos e completos. Mas revistas, blogues, sites, rádios, etc, devem ter um foco e um público para ser atingido. Assim, o consumidor dessa comunicação pode se identificar e reciclar a informação.


SOLO - GONZO com água sem gás? Tás louca, guria? o Hunter Thompson se revirou no túmulo agora!

CLÁUDIA - Deve mesmo ter se revirado! Hehehe. Digamos que eu seja uma repórter gonzo que cuida da saúde física e mental. Se ainda não sabes, sou uma “louca” d´cara.


SOLO - Confesso que me passaram várias piadas idiotas pela cabeça a respeito de fazer um jornal diário em Dois Irmãos mas vou te poupar. Até mesmo porque imagino que deva ter sido uma experiência riquíssima. O mundão é algo tão abstrato pra mim pra me parecer interessante. Me encantam estas coisas ligadas à "aldeia", o dado local. A vida só germina à partir do casulo, né?

CLÁUDIA - Dizia Tolstoi: “Se queres ser universal, fala de tua aldeia”. A partir de minha experiência profissional, mesmo numa cidade como Dois Irmãos (para fins de esclarecimento: trabalhei em outros veículos também) pude expandir meus conhecimentos e experiências. Só pude me abrir para o mundo aqui fora a partir daí. Antes disso, eu era uma jovem introspectiva, sem nenhum senso de iniciativa. É mesmo, Éver, Dois Irmãos é um casulo, mas espero já ter superado essa fase. hehe...


SOLO - Tu viste o show dos Rolling Stones no Rio... Eu dei uma olhada rápida pela TV. Me pareceu um pastiche. Um bando de velho desrespeitando o tempo ( olha o tempo de novo ). Mas eu sou um chato que não gosta muito de Rock ( e nem vê mais sentido nele ) que estava em casa, vendo a vida pela TV. Como foi estar lá? Não te deu a sensação de ser algo anacrônico?

CLÁUDIA - Olha. Eu vejo isso de uma forma mais romântica e não didática. Anacrônico seria algo forte demais para se dizer e não iria ao encontro do dito roqueiro: “o rock não morreu”. Bem, Mick Jagger e companhia limitada têm uma energia absurda no palco. Eu não sei o que se passa pela cabeça dos coroas, mas acho que eles curtem o que estão fazendo lá. Até porque, os discos dos Stones têm toda uma trajetória e junto, o enriquecimento dos shows, do palco, da estrutura. Acredito que seria anacrônico se eles tivessem deixado de gravar e continuassem com os shows. Mas eles não deixaram de entrar em estúdio, foi uma evolução. Acho que Os Replicantes se enquadram nessa definição que citaste, Éver, pois não tem mais Gerbase, nem Wander Wildner e continuam insistindo com a tal Julia. Outra banda que se enquadra nisso é The Doors, que se apresentará em Porto Alegre em abril. Apesar de eu querer ir vê-los, especialmente o Manzareck, acho que a banda ficaria melhor lá, junto do túmulo de Jim Morrison. Se fosse uma chamada para ambos os remanescentes da banda, citando-os pelos nomes ou qualquer outra citação, menos The Doors, seria mais coerente. Mesmo assim, o show dos Stones foi do caralho. Pude ver e ouvir, ao vivo o que eu ouvia em casa, desde criança através de um aparelho de vinil. Pra mim, foi importante.


SOLO - Dizem que o Elvis também não morreu. Nem o Punk. Estão todos na ilha de Lost. Hehehe... Enfim... melhor não contrariar! Voltando ao teu lado jornalístico, fala sobre a + MOVIMENTO.

CLÁUDIA - Bem que disseste que és chato! Hehe. Brincadeirinha, Éver.
Bem, a + movimento é outra experiência muito interessante que tive. Editorialmente falando e como empreendedora. Este segundo, nem curto citar muito, pois foi a parte menos bem sucedida. Uma experiência incrível, aprendi muito. Tanto que um de meus objetivos é voltar com a revista impressa, mas em outro formato e com outras formas de captação de recursos. Mas isso é assunto pra mais tarde. Agora, editorialmente falando, nosso maior objetivo era ressaltar a nossa cultura. Lá, tinha dança, música, artes plásticas, história, através do patrimônio cultural e outros temas. A + movimento vinha sofrendo uma evolução bacana, estava sendo conhecida em todo estado e até mesmo fora dele. Um veículo que estava adquirindo respeito e confiança. Por “n” motivos tivemos que encerrar as impressões dela. E este ano, lançamos o blog + movimento, onde voltamos a falar de cultura contemporânea. Montamos uma minúscula equipe, já da “antiga formação”: Marcelo Pitel – designer, ilustrador, animador; Bela Expedito, estudante de Publicidade e Propaganda que coloca lá suas idéias e opiniões; Gabriel Leonardelli, publicitário e que também faz comentários bacanas sobre sua visão em torno da cultura, além de mim, que edito e também escrevo. Eu confesso que entrei pra esse mundo dos blogs recentemente e não entendo muito de números. Mas desde o seu lançamento, no dia 5 de janeiro, já tivemos 2292 acessos. Disseram-me que é um bom número. Hehee. O bom mesmo, é fazer uma visita lá e tirar suas próprias conclusões: www.maismovimento.wordpress.com. Aos poucos, ela está tomando uma forma mais arredondada, do jeitinho que queremos, pois pasmem, todo o blog é feito via msn. Marcelo mora em São Paulo, Bela, em Porto Alegre, Gabriel em Caxias do Sul e eu, em Ivoti. Mesmo assim, estamos tentando fazer nosso melhor. Essa é a + movimento, um agito cultural, de entretenimento que expõe idéias e dá notícias desse meio tão vasto que é a cultura.


SOLO - Esta entrevista e todas as outras do Paisanos também foram via MSN. Ok, Cláudia! Agora o espaço é teu pra dizer o que quiseres. Muito obrigado pela entrevista e vai daí...

CLÁUDIA - Essa é a forma de comunicação do tempo real, não é, Éver?
Está sendo agradável fazer o blog por haver uma troca interessante entre os blogueiros (é este o termo certo?). Ao contrário dos veículos de comunicação tradicionais, a troca de links proporciona um ambiente cordial na net. Isso virou regra, a troca de links é fundamental para uma boa propaganda. E fico satisfeita pela + movimento estar linkada com o Solo Urbano. Por isso, Éver, eu quero te parabenizar pelo blog e agradecer o convite que fizeste. Forte abraço pra ti e sucesso!

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PAISANOS EM PROSA VII - DEISI SEIBERT

Sétima edição. Nem eu pensei que fosse tão longe. Mas o que posso fazer se tenho amigos legais e bons de conversa? Sorte minha. E de quem lê isso aqui. Ou é azar... sei lá! Decide tu aí...

A entrevistada da vez é a Deisi Mônica, uma pessoa tri...... gente, saca? Pois é, isso mesmo, a guria é tão complexa que é melhor eu nem tentar nada além de dizer que ela é a guardiã do Bob Dylan, um YORK que morde os pés da dona enquanto ela digita. Ou tu achas que uma pessoa com Sol, lua, ascendente, marte, vênus, mercurio, saturno e urano em Gêmeos é bolinho ?

Confere aí embaixo.


Deisi Mônica
Deisi Mônica Seibert
33 anos
Professora e formanda em psicologia



SOLO - O que, a cada dia, te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

DEISI - acho que nunca na minha vida estive tão motivada qto agora... levanto cedo mesmo estando em férias. O que tem me feito estar assim é minha maior proximidade de mim mesma. Passei um tempo um pouco longe de mim: "living in survival mode"... estou fazendo um curso de desenho. Por vezes fico até 3h da madrugada desenhando. também tenho escrito demais. Coisas minhas... talvez algum dia alguém leia. escrevo por prazer mesmo.. parece que se alguém ler já meio que pode virar obrigação... aí fica brochante. Tenho escrito tb meu tcc. Mas, isto menos, embora eteja apaixonada pelo tema. Tenho tido a necessidade de resgatar minha essência... isto me distanciou do tcc. O que me motiva a levantar da cama é essencialmente isto: saber que está pela frente mais um dia que me fará uma pessoa melhor (suponho eu...). (na verdade eu teria tanta coisa pra dizer.. mas levaria uma eternidade...)


SOLO - Temos tempo!

DEISI - O que também me motiva é saber que vou me formar em psico na metade do ano. Adoro meu estágio (mas, estou em férias... como disse... por isto não falei nisso antes)! Adoro gente. Aliás, lidar e estar com gente me motiva. Adoro dar aula pra crianças... (isto me motiva) Elas são de uma grandiosidade... já me tiraram tantas vezes do fundo do poço... são muito sensíveis. Sabem como tocar. Gente me motiva.


SOLO - Pois as "gentes" também são as motivadoras do Paisanos em Prosa. São o paraíso e o inferno deste mundo e é justamente essa dualidade que as torna tão interessantes, não é ? Quem é a tua gente ? Qual a gente que te interessa ?

DEISI - "As gentes" me interessam por motivos distintos... Há as gentes da minha futura profissão que me instigam a querer investigar, saber mais sobre com o objetivo de auxiliar (este não é bem o termo..., mas vamos deixar assim, por hora), de saber mais sobre esta tal de mente humana. Há "as gentes" que ensino e que me ensinam. Nossa relação é muito mais leve, lúdica, parque de diversões da alma... Há "as gentes" que me dão o privilégio de sua presença e amizade, que compartilham comigo os mais variados momentos... de choro, de gargalhadas, de filosofia barata (ou não...), de bar, de cozinha de casa, de sala, de arte, de xingamentos... na real tudo é uma grande aprendizagem, seja lá de quais "gentes" eu estiver falando. Todos acabam por me afetar de um modo ou de outro.. mas as relações são diversas.. isso não há como negar. penso que o grande barato é estar aberto a ser afetado e crescer com isso.


SOLO - E onde acabam as gentes e começa a DEISI ? Neste teu mundo de relações intrísicas, neste labirintos de sensações e trocas, é possível ( e/ou necessário ) ser impermeável também ?

DEISI - impermeável? nunca.


SOLO - A solidão não tem função , então (os momentos de solidão)?

DEISI - Não sei dizer onde começa e acaba a tal da Deisi. Nem sei se começa e acaba. Acho que te falei sobre isto... acredito que tudo ocorra no "entre nós". "Eu não sou eu nem o outro / sou qualquer coisa de intermédio". Solidão. Essencial. Mas, isto não quer dizer que o outro não me afete. (desculpa.. celular...)


SOLO - É, neste mundo de celulares é praticamente impossível mesmo!

DEISI - [A solidão] é necessária. Absolutamente. É como um momento de balanço... pra ver como as coisas estão (por dentro e por fora). Balanço em todos os sentidos... "balance": equilíbrio. A solidão nos mantém em em equilíbrio muitas vezes.... Mas, para alguns ela é mais necessário do que para outros... Não gosto de celulares... fiquei um tempãããooo com um motorola bem antigo.. relutando em trocar por achar inútil. Muita gente perguntava se eu não iria trocar... Comecei a ficar com vergonha no dia em que uma aluna de 9 anos comentou sobre a idade do coitado. Fui obrigada a trocar... (ah.. eu achava até meio charmoso... rs.. mas APENAS eu..)


SOLO - E a gente da tua cidade ? Como tu vês ?

DEISI - rs... pergunta difícil esta... Acho que a maioria dos leopoldenses têm a mente MUITO fechada. (Sem falar o tempo que ficamos naquele vai e volta de prefeitos...) Acho estranho como os bares (por exemplo) tendem a fechar logo aqui em SL. Como não há um engajamento para que a cultura tome seu lugar (qual o lugar??). Mínimo que seja. Acho que há grupos que se fecham e se vangloriam por serem diferentes de outros.. e acabam sendo todos a mesma coisa: fechados. Muita crítica... pouca abertura...


SOLO - Não sei se quero apontar a conversa pra este lado, mas não concordo que não haja engajamento pela cultura. Neste sentido sempre achei que o público é o MAIOR culpado... Por outro lado hoje terá reunião do fórum de teatro de SL para decidir as ocupações do teatro municipal para este ano ( dizem que inaugura em final de março ). Certamente terá aquela "choradeira" para priorização e valorização dos artistas locais. Mas será que existe tanto volume de produção aqui para preencher as datas do ano ? Ou do primeiro mês que seja ? E com que qualidade ? Essas foram perguntas ao vento ( podes responder se quiseres ) mas uma específica pra ti: o que ( quem ) te agrada na arte leopoldense ?

DEISI - nao sei se "volume" seja o caso.... quanto à qualidade... tanta coisa é feita em tanto lugar, mesmo sem qualidade.. o que tem qualidade fica.. o restante passa. Embora mutas vezes o que tem qualidade também passe. de qualquer forma, em SL: suzane wonghon, fabrício carpinejar, adoro a voz da Alice, acho o máximo os caras dos beatos.


SOLO - Então tá, Deisi ! O restante é contigo. Mais alguma coisa pra dizer desde teu mundo de reticências, parênteses e inter-relações ?

DEISI - Estranho... quando alguém diz pra gente: fala o que tu quiseres.. ficamos meio sem ter por onde começar, como se tudo viesse à mente ao mesmo tempo. falando em tempo: tenho me sentido assim... correndo contra o tempo, que tem feito a maior pressão na minha cara. Talvez por isto eu durma tão tarde e acorde tão cedo. No dia em que eu reunir tudo o que tenho pensando e escrito... e se minha organização (ou falta dela) me permitir, vou colocar tudo num livro. O principal problema disto tudo é: organização. Meus escritos se perdem no meio de Cds, livros e filmes... pra ti ter uma idéia. Acho muito bacana esta tua idéia de entrevistar "gentes". Também acho legal o tanto que tu estás engajado para fazer algo pela cultura em SL! Sucesso pra ti e pra tua música!


SOLO - O SOLO é quem agradece o Jabá e a entrevista!


NP.: mais Deisi Mônica em http://www.insanme.blogspot.com/

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PAISANOS EM PROSA VI - ELTON PRADI

Mais uma edição. Desta vez trazendo uma figuraça chamada Elton Pradi. Entre tantas coisas que se podia falar, o Elton é o copulador da COROA SAFADA, dono do Estúdio Pradi e do Corcel amarelo que fica sempre ali pela frente (antes da Zona Azul tomar conta). É também um dos idealizadores do Clube do Improviso e melhor amigo do Tição (o cachorro mais blueseiro da redondeza). Enfim, fiquem com ele:

Entrevista retirada a pedidos do entrevistado!



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PAISANOS EM PROSA V - MARCUS GRANDE ABÓBORA

Quinta edição! O paisano que passa por aqui desta vez é o MARCUS, pai do METROSSEXUALISMO ABÓBORA. MARCUS era um menino normal e feio, daqueles de cabelão cumprido, gosto pela METAL e pêlos na mão. Um dia, por pura casualidade, ele descobriu que o METAL não lhe dava IBOPE entre as mulheres. Foi quando ele decidiu ser descolê: cortou o cabelo ( e os pêlos ), comprou um "óclinhos" INDIE de aro grosso, trocou as camisetas pretas por camisetas coloridas com nomes de bandas obscuras e/ou fofinhas, atravessou um piercing no lábio, entre outras viad... digo... metrossexualidades. Ele continuou feio e sem mulheres. Mas ao menos sua família e vizinhos vibraram: nunca mais precisaram escutar BLACK SABATH no volume dez nem aturar marcas de botinas espalhadas pelo prédio ( agora ele só usa havaianas da adidas ). Com vocês, o homem de três egos, MARCUS ABÓBORA.



SOLO - O que, a cada dia, te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

MARCUS -Eu adoro Matemática. É sério. Eu me levanto todo dia para estudar e ser, pelo menos, um Matemático razoável. Sendo um Matemático razoável, sei que vou conseguir ter o dinheiro que preciso para sustentar meus verdadeiros vícios: música, literatura, videogames e mulheres. Ou seja, minha principal motivação é estudar para conseguir viver ao lado dos meus hobbies por muitos anos ainda.


SOLO - Teus Hobbies? Hobbie é aquele cara do Menudo, né? Tens vários deles?

MARCUS -Aquele é o Robby. Robby Rosa, se não me engano. Sim, tenho vários. Coleciono livros, CDs e DVDs. Algumas HQs também. Não sei se academia pode ser considerado um hobbie, mas faço todo dia e por prazer. Também gosto de cultura pop. Sou viciado em junkie information. Saber quem é Art Vandelay, o que significa 4 8 15 16 23 42, o ano de lançamento das álbuns dos Beatles, biografias de matemáticos...


SOLO - Eu acho engraçado que hoje em dia, com este grande "disco rígido virtual", que é a www, acessível a todo mundo, as pessoas ainda colecionem coisas. O sentido de posse parece ser mais forte. Junta esta grande oferta de informação e este desejo incontrolável de acúmulo chega-se nesta colcha de retalhos que é a geração de hoje. Dá pra assimilar tanta coisa assim sem ficar apenas na superfície?

MARCUS -Acabei de ver uma reportagem na TV onde um professor da Universidade de Nova York defende o fato de que nossa sociedade está se tornando cada vez mais complexa. Creio que é impossível assimilar tudo. Eu, por exemplo, tenho uma relação diferente com música e literatura. Na música, tento ouvir o máximo que puder daquilo que se convencionou chamar música indie. Klaxons, Arcade Fire e Bloc Party são as bandas que lançaram discos neste ano e que já ouvi. Destes, gostei mais do Arcade Fire, mas ainda não é O lançamento de 2007 pra mim. Como ouço muita coisa, acabo passando por cima de alguns lançamentos e não dou o devido valor. O próprio Arcade Fire é um exemplo. Ouvi duas vezes o disco de estréia deles, de 2005, e achei ruim. Fui no show e achei bom só até a terceira música. Hoje, este disco me é mais precioso que outras obras daquele ano, como LCD Soundsystem, !!! e Franz Ferdinand. O que fiz nos últimos meses, para tentar ser um pouco mais atento, é me concentrar em algum lugar geográfico. O primeiro país que escolhi foi a Suécia. Conheci artistas fantásticos de lá: Peter Bjorn and John, We Are From Barcelona, Soundtrack of Our Lives e Irene são bandas no mínimo excelentes, e que provavelmente não estourarão nunca. A NME não fala delas, muito menos a MTV. Eu procuro ouvir tudo o que chega aos meus ouvidos, mas me concentro em poucas coisas. New Rave, por exemplo. Oivi Klaxons, achei bem meia boca e não irei atrás de outras bandas deste estilo. E com a literatura sou um pouco menos freak. Este ano é meu ano argentino. Vou ler o que ainda não li do Borges, vou ler mais Sabato (que foi uma bela sugestão que recebi em janeiro), Cortázar e Bioy Casares. Vou tentar ler muito e ouvir muito. O que vou assimilar de tudo isso eu ainda não sei. Provavelemnte será muito pouco. Mas acho que só dá para descobrir o que gosto e o que não gosto experimentando desta forma, assim ensandecidamente, o que está ao meu alcance.


SOLO - Um professor da Universidade de Nova York precisa defender que nossa sociedade está se tornando cada vez mais complexa? Podiam perguntar pra mim mesmo, ou pra ti. Até o Lula responderia uma destas. Será que estes bostas acadêmicos não tem mais nada pra fazer? Tenho pra mim que no Brasil nós só teremos sossego quando o (sic) último político for enforcado com as tripas do último intelectual (sic) mas pelo jeito em NY não é muito diferente então. Aproveitando isso, o que a matemática tem feito realmente por nós brasileiros. Como tu achas que podes comprovar o merecimento da bolsa que o governo te dá?

MARCUS -Eu, provavelmente, não farei nenhuma contribuição de valor inestimável para a Matemática. Não sou um Gauss, um Newton ou um Nash. Mas uma coisa que as pessoas não se dão conta é que quanto mais tu estudas, mais tu te aprofundas em algum assunto, mais fácil fica para tu compreenderes assuntos mais elementares. No nível que me encontro, sabendo Análise como sei, Cálculo e Álgebra Linear são elementares para mim. E sendo elementares, são de fácil domínio. Dominando estes assuntos, fica mais fácil para eu ensinar isto para futuros engenheiros, arquitetos e até mesmo médicos, que podem não precisar de Cálculo, mas necessitam de Estatística, por exemplo. Em resumo, posso não contribuir de forma revolucionária com minha pesquisa, mas pelo menos auxiliarei na formação de profissionais mais "práticos".


SOLO - Agora lembrei!!! Hobbies são aqueles anõezinhos do Senhor dos Anéis, né ? Onde tu conseguiste ?

MARCUS -Aqueles são os Hobbits. Eu falei com os descendentes do Tolkien, que mantém os direitos de exploração das linhas ferroviárias até a Terra Média.


SOLO - Vamos falar de coisas sérias agora: tu ainda lês a coluna do Lúcio Ribeiro? Qual é a nova banda sensação da semana?

MARCUS -Sim. É o Klaxons, que já disse que não gosto.


SOLO - E a da semana que vem? Já tens idéia?

MARCUS -Alguma banda obscura que ele verá no South by Southwest, festival americano de música alternativa, realizado no Texas. Não lembro exatamente a banda revelação do ano passado, mas acho que Someone Still Loves You Boris Yeltsin tocou neste festival.


SOLO - Bah! E eu não ouvi nem toda a discografia dos Beatles!

MARCUS -Pois é. Tem tempo que não ouço Beatles. Hoje mesmo estava ouvindo Laibach, uma banda eslovena de industrial que lançou uma versão cover de Let It Be, o disco inteiro, em 1988. Não é tão bom quanto eu achava, mas é interessante. Mas eu ouço tudo isso porque ouço muita música por dia: 4 ou 5 horas.


SOLO - Por que ter um blog ?

MARCUS -Segundo meu FAQ, "porque eu escrevo bem, sou inteligente, tenho boas idéias e opiniões abalizadas sobre todos os assuntos, sou polêmico e possuo um gosto sofisticado. Além disso tudo, ter um blog é mó legal." Mas no fundo é só para me aparecer.


SOLO - Te aparecer? Sei... "pegar mulher". Pensei que para isso tu irias usar a matemática?

MARCUS -Como diz um pensamento muito famoso, "A astrologia é mais importante que a Matemática. Eu já peguei mais mulher perguntando qual era o signo dela do que dissertanto sobre Cálculo Diferencial e Integral." É para me aparecer, mas não para pegar mulher, especificamente. Até porque a audiência do meu blog é ridícula. Deve ter só meia dúzia de mulheres lendo.


SOLO - Só meia dúzia mas até onde eu sei... ããã... bem... eu ainda tô com aquele lance de Hobbies na cabeça... Me lembrei que pode ser o ajudante do Batman.

MARCUS -Estes são os Robins: Dick Grayson, Jason Todd e Tim Drake.


SOLO - Falando nisso, tu acreditas em super-heróis?

MARCUS -Não, eles são muito mentirosos.


SOLO - Tá muito tarde, preciso dormir. O espaço de agora em diante tá aberto pra ti. Vale auto-promoção, pedidos de solidariedade, mensagensinhas de amor, etc. Mas só o seguinte: amanhã eu vejo tua resposta... que o sono pegou legal , ok ?

MARCUS -Tchau pessoas. Não esqueçam de ouvir Beatles, ler Borges e assistir Hitchcock. Se der tempo, visitem meu blog (coloca o link). boa noite, éver!

= # =

acordei na manhã seguinte... olhei a resposta do MARCUS e automaticamente lembrei: Hobbies! Claro! Aqueles de sair da cama, com rendinhas e lacinhos pra amarrar na cintura. Puta merda, mas é bem viad... digo... metrossexual esse cara!

Ah! O LINK tá lá no começo mas eu ponho de novo: http://www.grandeabobora.com

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PAISANOS EM PROSA IV - TCHAKARUGA

Ah! Não me peça pra falar do Tchakaruga. Ele é o que todo mundo já sabe. Mas caso você não o conheça é simples: é só identificar o cara mais bebum da festa... e o que mais tem razão. Na verdade por trás (ui!) ele é um cara legal e com quem se pode contar pra várias coisas, menos pra emprestar dinheiro e pra caminhadas matinais. Enfim. Se fosse falar tudo deste cara este post seria muuuito pequeno. Deixa que ele mesmo fale por si.



SOLO - O que, a cada dia, te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

TCHAKA - Motivações atuais? Porra! são tantas, cada vez que dá uma coisa errada, isso me dá mais força, força mesmo, em vez de ficar me lamuriando pelos cantos e me reduzindo, a cada tombo que levo mais alto vou ficando, alto e forte. E não tem motivação maior que crescer a cada dia e ter consciência disso.

SOLO - Tua motivação, então, é o erro ?

TCHAKA - Não! Minha motivação é o que vem depois do erro, o crescimento, a evolução. Eu realmente NÂO acredito muito nas mudanças, tipo (olha como o fulano mudou...) realmente acredito na evolução, as pessoas tiveram cada uma a sua educação, sua formação, suas escolhas e sua história, junta todo e mais um pouco e é só buscar o melhoramento e evolução. (isso é só uma receitinha use-a se quiser)

SOLO - Eu acho que ninguém muda ninguém. Mas acredito no poder de mudança de cada um. Toda evolução é uma mudança mas nem toda mudança é uma evolução, não é mesmo? Tu, Tchaka, tens mudado ou evoluído? Fala sobre este teu caminho...

TCHAKA - Na verdade tenho mudado muito o penteado e evolução, como diz meu amigo Daniel Cunha: Quem evolui são os DIGIMON. Mas falando sério (ou não) esse meu caminho momentos asfalto, momentos pedras grossas. Tem me presenteado com muitas coisas que nos serve como lição de vida. É como um jogo de xadrez, é como a Arte da Gerra de Sun Tzu (acho que é assim o nome dele), não posso dar bobeira, embora dando!

SOLO - E tu tens dado muito? Hãããã... Enfim... esquece essa! Como tu vês a evoluçao da CULTURA em SÃO LEOPOLDO? Aproveita e dá um breve panorama da tua experiência produzindo o SARAU CULTURAL...

TCHAKA - Oba! agora vou fazer o que mais gosto (falar de mim e do meu trabalho, que é do caralho) a evolução da cultura em São Leo, tá uma coisa realmente assustadora... Todo mundo é artista, todo mundo é produtor, todo mundo é tudo. Isso é muito bom, mas me preocupa. Se não houver mais diálogos e união não sei onde pode parar. Quando comecei o Sarau Cultural três anos atrás, tinha o Sarau Filô no Pub Rua Grande, depois ao longo dos três anos, São Leo se tornou a capital mundial dos Saraus. Isso eu acho ótimo, pois o público está sempre lá seja qual for o sarau, seja qual for o local ou o produtor ou os artista, mesmo com o público menor que as "festas" os eventos culturais tem disso, que é o que os torna especiais. Muito orgulho tenho de idealizar e produzir o Sarau Cultural "que é o único que realmente sobrevive aos longos três anos.


SOLO - Essa coisa de todo mundo ser artista... Te preocupa por que ? Saraus ( nos formatos que vemos em São Leopoldo ) não seriam os maiores incentivadores desta atitude ?

TCHAKA - Digamos que São Leopoldo faça um evento em que o público está no palco e os artistas estão na platéia, seria casa lotada. Se só os artistas da cidade fossem assistir eventos culturais, seria casa lotada, mas se a gente depende de público, aí a realidade é outra. Sarau nada mais é do que "xópim" das artes fáceis, todo mundo faz sarau todo mundo se apresenta em sarau, e com certeza é, se não A maior incentivadora, mas tudo bem, o importante de se criar mais TUDO de TUDO. é pegar a peneira depois. Uns anos atrás (pouquíssimos) pra tocar num bar em São Leo as bandas chegavam no bar (qualquer um), mostrava o CD o recortes de jornais e o caralho a quatro e nunca dava certo. Hoje tu chegas lá e diz que toca apito e que isso é cultural e que vai dar uma galera. o bar (qualquer um) te abre as pernas na hora. Isso é a evolução da cultura em São Leo.

SOLO - E, na tua visão, nessa peneira posterior, tem sobrado muita coisa de valor ?

TCHAKA - Essa peneira não chegou ainda, mas quando chegar, aí vai ser bom. e ficarei muito feliz de poder acompanhar de perto tudo isso. pois acho que tem muita coisa boa nessa cidade...

SOLO - Cita alguns exemplos...

TCHAKA - Exemplos eu não vou citar, mas vou relembrar que São Leopoldo nunca teve tanto espaço para o "artista criador" de uns três anos pra cá, começou a aparecer muitos artistas bons e o melhor com trabalhos próprios. Antes disso só tinha cover (nada contra) mas para um péssimo entededor de música como eu, acho que posso dizer que tem "alguns" dedos meus nessa "evolução" cultural. Só falta agora a tal da peneira.

SOLO - Ser produtor é ser político por natureza? Em qual das posições tu te sentes melhor? O que é a figura do produtor, pra ti?

TCHAKA -

[ Entrevista feita por MSN. O entrevistado não respondeu a última pergunta. Disse que no ano que vem talvez role. Não esperarei nem sentado. ]

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PAISANOS EM PROSA III - JUÇARA GASPAR

O post anterior foi apenas uma introdução para a entrevistada desta vez. Não vou falar nada, o rótulo MISS TEMPESTADE traduz tudo. Conselho: lê rápido antes que as palavras da moça desapareçam no mesmo tufão com que a dona as espalhou. Na plataforma, mostrando toda a graça, a sensualidade e inteligência da mulher leopoldense ( sim, ela também sonha com a paz mundial), JUZA POE, a mulher que gosta de gente e tem medo de clichês.



SOLO - O que , a cada dia , te faz levantar da cama? Quais tuas motivações atuais?

JUZA - Ahh! tanta coisa. Sei lá... Começo pela carne e termino com o espírito: a bunda do M., os olhos do E. (rsrsrsrs). Agora sério: a coisa visceral do teatro, a dinâmica da pesquisa, estar sempre aberto - sempre com noção crítica - nada está montado, tudo pode ser quebrado... O fogo e claro, a água em forma de tempestade! Meu filho. Ariel iluminado. Todas as literaturas. Umas no momento solo-fisiológico (aqueles escritos que combinam com cocô). E aquelas leituras de fim de dia. No ouvido de alguém. Meio. Início. Etc. Por tudo isso: durmo pouquíssimo!

SOLO - Pouquíssimo? Quantas horas diárias, em média?

JUZA - Só sei ser breve, concisa, com meu sono: 4,5hs nos finais de semana e seis durante a semana.

SOLO - E como trabalhas o desejo de demorar-se nas coisas e querer absorvê-las todas?

JUZA - Aprofundo-me mesmo, no que me apaixona. Talvez seja um grave defeito. As coisas lineares demais me cansam. Gosto de Literatura e Teatro. Devoro tudo. Regurgito as sobras depois. As outras coisas passam por mim ou eu mesma passo por elas. Algumas me incomodam, outras fazem meu dia ser lacônico, etc. Não gosto do morno, insosso, desbotado... Gosto de profundidade com movimento, de ver gente produzindo arte-sensível, de discutir, de rever conceitos. Um exemplo (adoro exemplificar). Estou profundamente no ARDEARTE: desde a nascença da coisa em si..

SOLO - Retomo a pergunta: como conciliar a sensibilidade e a urgência. A força e a delicadeza do sentir. A profundidade e o movimento ?

JUZA - Temo que a urgência reduza o sensível. Mas esta inquietude é parte de mim. É assim que busco uma concisão. Outras pessoas buscam na passividade e não acho que paz seja sinônimo de sensibilidade. Por isso que faço teatro. Estudo o distanciamento, a crueldade, a peste, o teatro, o vivo, o morto, a continuidade de ação... e em seguida estou trabalhando, tentando pôr em prática, agindo, debatendo com colegas, participando do conhecimento do Bira (diretor). Isso é arrebatador e extremamente profundo...

SOLO - Tá! Estás falando tanto em teatro. Agora tocaste no nome do Bira. Fala então sobre o Grupo ARDEARTE...

JUZA - Nos reunimos em março do ano passado pro espetáculo "Os Continentinos", em agosto, 10 pessoas das 19 do elenco, decidiram levar a coisa adiante. Saímos da Antiga Sede, alugamos uma casa na Bento Gonçalves com nosso dinheiro e além de ensaiar, criar figurinos, experimentar maquiagens, linguagens cênicas, etc... Também pintamos, quebramos parede, lavamos, etc. Há no grupo tb uma preocupação com a essência do teatro. Nossa paixão é a verdade cênica. A coisa de despertar os sintomas do social. E somos muito cientes da situação. Há uma nova história sendo gerada em São Léo. Nosso planos são audaciosos.

SOLO - Eu já vi esta empolgação nascer em morrer, nas pessoas de cultura em São Leopoldo, umas 37 vezes. Achas mesmo que existe algo mais concreto? O que te faz pensar assim?

JUZA - Bira. Este é o ponto. Te confesso que há muita porra-louquice neste meio, mas ele é o maestro, o "motorista da nave", o "guia do tapete mágico", compreende? Nós desaguamos no Espaço d`ARTE, as novidades, nossas descobertas, ele nos orienta, canaliza, acalma antes de tecer. Há a parte burocrática também, que levamos muitíssimo à sério. Cumprimos as formalidades todas. Nos esforçamos na coisa profissional. Até ao ponto de ser tomados vez ou outra por "caretas"... Buscamos uma religiosidade também. A coisa do teatro ritual. Temos nossos momentos de energização... Vivo São Léo desde os 14 anos... são exatos 13 anos e 10 meses, sempre na "cena under" e te confesso que não vi nenhum rumor parecido ao que ocorre hoje... Como citastes: muita empolgação... porém: pouco trabalho... Hoje, a coisa fervilha e acontece. Vamos exemplificar mais uma vez: O Espaço d`Arte inaugura dia 02 de setembro, com oficinas adultas, infantis e uma "terceiro ato" para o público maduro. Tem a tua história, o texto do solo sendo incorporado em cena (texto teu, texto teu). Tem a Carina, que trabalha pra caramba, produz, atua, o escambau... O Tchaka, o Velho do Saco, meu mais novo amigo: Coimbra... O Totonho, a Elis, etc..
É muita gente Éver, alguma coisa tem que vingar! Eu torço pra que tudo vingue, cresça e apareça como a luz do sol!


SOLO - Já vi três trabalhos do ARDEARTE e realmente não vi muito disso que falas. No entanto vejo uma evolução grande de trabalho para trabalho. E acho que a iniciativa , por si só, já é louvável. Pela seriedade que é intencionada. Pra acabar com o papo ARDEARTE, faz o teu JABÁ sobre a abertura do espaço, por favor.

JUZA - É isso, vamos inaugurar o Espaço d´Arte João Ubiratan Vieira,
no dia 02 de setembro: cerimonial (manifesto/lacto.oficinas), performances, coquetel e um grande encerramento, com as canções do Éver ( Nota do solista: entenderam a pergunta? Hein? Hein? hehehe...).


SOLO - Depois deste pseudo-porre artístico, estético, ardeártico... Onde fica a mulher-filha-mãe (perguntinha Hebe "que gracinha" Style) ?

JUZA - Então... sou a oitava filha da união de uma bugra/italiana, com um afro/italiano. Minha família é enorme e barulhenta, come muito, dança, bebe, etc. As mulheres da família são todas muito "yangs"... um foguete no coração. Intempestuosas. Os homens são mais diplomáticos, mais água. Família socialista. Sempre na luta, no que resta do movimento de esquerda, etc. Aos 19 anos tive meu filho. Casei. Fora. Me divirto com meus sobrinhos, fazemos enormes camas coletivas, mergulhamos em competições com jogos de tabuleiro, e nos deleitamos com negrinho-de-comer-de-colher...Sou bem tia, bem filha, bem irmã, bem mãe...Gosto de família. Na verdade, gosto é de gente mesmo!

SOLO - Então tá! Então deixa teu recado pra esta GENTE que lê o SOLO. O espaço é teu pra o que quiseres...

JUZA - Pra não soar clichê. Faço o intróito, seguinte: o vil é conforme com a atualidade do mundo. Por conta disso, que creio no desencadear de ações através da arte... pode ser ufanismo, utopismo, fanatismo, etc... É assim que é. Que venha o mundo, porque eu tenho avidez suficiente e um implacável apetite de vida... E tem muito lugar ao meu lado, ombro no ombro, não precisam acotovelar-se...(rsrsrs)

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PAISANOS EM PROSA II - VINÍCIUS SELBACH

Este aí é dos meus. Contrabaixista acústico - sim... ele é o baixista da SINPLATA -, bossanoveiro e mentiroso de primeira... Hehehe... Ok! Retirem o mentiroso! Vinícius é amigo de largos tempos, de papos libertos, de sons de "imprevisto", e de muitos silêncios recheados de sentido. Conheci Borges por intermédio dele e prá quem entende o que quero dizer talvez nem seja preciso dizer mais. Também amante dos ecos do Prata esse rapaz é uma fonte riquíssima de mansidão e tranquilidade. Mas é preciso que se diga: o guri TEM OUTRO POR DENTRO, tal qual em O MÉDICO E O MONSTRO. Um é o que descrevi aí em cima. O outro é o ladino, de nacionalidade incerta, que atende pela alcunha de GUTIERREZ. Ainda não se sabe quem é o médico e quem é o outro.

VINÍCIUS SELBACH

VINÍCIUS SELBACH
33 anos
Professor ( desempregado, ele trata de frisar ) / Baixista
São Leopoldo



SOLO - O que , a cada dia , te faz levantar da cama ? Quais tuas motivações atuais ?

VINI - Tenho que pagar o alugel ! e também tentar trabalhar em algo possa me dar um pouco de satisfação.


SOLO - O aluguel e o trabalho ? Bah! Um homem concentrado no funcional... O que é esse algo que te dá satisfação ? Já descobriste ?

VINI - Trabalho porque preciso da grana . Mas o que me motiva hoje é tentar unir o prazer ao trabalho, ou seja, trabalhar em alguma coisa que me realize pessoalmente. De outra forma ficaria na cama o dia todo , hehhee...


SOLO - É , acho que esse dilema se aplica à quase totalidade das pessoas . Mas a escolha do curso de letras já era uma via para essa conciliação ?

VINI - Sem dúvida, minha opção pelo curso de Letras faz parte de uma escolha e, podemos dizer, de um caminho que já venho tentando trilhar há algum tempo. De tentar fazer coisas que gosto e que me dão prazer.


SOLO - Sei que um dos teus maiores interesses são os livros . Como que foi teu ingresso no mundo da leitura e o que andas lendo atualmente ?

VINI - Isso já vem comigo desde criança! Lembro que minha mãe sempre trazia livros de historinhas pra mim quando ela saia . Lembro que meu pai costumava ler histórias pra mim antes de dormir, isso foi fundamental! Também lembro de um livro que ganhei da minha tia quando tinha oito anos, viagens de Gulliver. Vem daí... Também lembro que eu tinha um amigo, e o pai dele tinha uma biblioteca enorme... eu ia na casa dele e só ficava lendo. E meu amigo já meio puto comigo: " Vamos brincar !!". Estou lendo agora " O Banquete de Platão"... tentando entender um pouco de filosia!! Também tô lendo uma coletânea de Crônicas do Fernando Sabino: que foi fundamental na minha adolescência.


SOLO - Além do Fernando ? Quais outros são fundamentais prá ti ?

VINI - minhas leituras são bem variadas: na minha adolescência quase tudo do Luis Fernando Verissimo, um livro que me marcou muito foi Grandes Esperanças do Dickens. também a Náusea do Sartre...A Peste do Camus na minha fase existencialista... hehehe... tambem gostava dos americanos: Hemingway, o Fitzgerald e Henry Miller mas eu cheguei a todos esses caras através das referências do que eu lia em caras como o Verissimo e o Sabino.


SOLO - e o Borges ? Tu foste o cara que me apresentou Borges ...

VINI - ah é tambem li o Aleph do Borges , sem duvida foi algo que me impressionou pelo misterio que representava... porque muita coisa eu nao entendia hehehe


SOLO - Eu acho que as pessoas estão lendo e escrevendo muito mais com esta onda blogueira. Que tu achas disto ?

VINI - acho legal que as pessoas estejam escrevendo mais , acho o blog uma ferramenta super legal, é um novo fenômeno que ainda vai dar muito "pano prá manga". quero dizer como um fenômeno da comunicação e um fenômeno linguistico, por um outro lado acho que mais a longo prazo a web , como um todo, pode influenciar a relaçao das pessoas com os livros


SOLO - Tu achas que a tecnologia vai acabar com o livro ? ( pergunta besta, eu sei )

VINI - acho que não é uma pergunta besta, não sei se irá acabar, mas talvez mude algo... As pesoas dizem que não, mas acho ainda cedo pra dizer... a internet existe há muito pouco tempo, ainda não sabemos das implicações dela no futuro. mas eu gostaria de dizer algo que acho muito importante, essa formação literária que eu tive se deu graças ao fato de, quando guri, eu viver a duas quadras de um biblioteca pública com um ótimo acervo, que era a biblioteca municipal de São Sebastião do Caí. ou seja, é importante que as pessoas tenham acesso aos livros.


SOLO - Sinceramente eu acho que as pessoas precisam mais de INTERESSE do que de acesso aos livros, não achas ?

VINI - Não sei, acho que o acesso também pode estimular o interesse . Claro, que a pessoa tem que gostar da coisa.


SOLO - Pode ser... acho que essa é minha visão existencialista... Heheheh

VINI - hehehe


SOLO - Eu acho que comecei a me interessar por música especialmente através da canção brasileira e o poder das suas letras e não tanto pela música em si. Contigo foi assim também ?

VINI - Bueno. Minha relação com a música veio de duas formas: através de meu pai que gostava de jazz, Frank Sinatra, e música clássica. A MPB eu vim a conhecer com meus primos mais velhos: no final dos anos 70, eu ia na casa deles e eles estavam escutando A Cor do Som, essas coisas da época, Caetano Veloso o Rei Roberto, hehehe...


SOLO - Tua vó era pianista, né ?

VINI - Minha tia avó tocava no cinema-mudo. Minha avó também aprendeu a tocar piano, mas a mãe dela ficou viuva e têve que vender por causa da grana


SOLO - Dá algumas dicas de boa música prá gente - além da SINPLATA, é claro, que o pessoal aqui já deve conhecer.

VINI - hahaha essa é imperdível ( a SINPLATA ). Por incrível que pareça ultimamente não ando ouvindo nada de musica... Mas vou indicar : The Way Up, o último cd Pat Metheny Group, pra quem gosta de música instrumental tratada de uma maneira conceitual, indicaria também o novo cd de milongas do Vitor Ramil , assim que ele sair. Também indico um documentário "Meu Tempo é Hoje" sobre a música e a vida do Paulinho da Viola.


SOLO - E a pergunta fundamental desta entrevista: por onde anda GUTIERREZ ?

VINI - ahahahah... a lo mejor perdido por la pampa Uruguaya y Argentina.


SOLO - Prá encerrar então, cara. O SOLO é teu... Habla a tu gusto, paisano...

VINI - ah gostaria de aproveitar o grande número de leitores do teu Blog pra convidar as pessoas( e tu tb) para lerem o meu blog ,que estou reativando: sur605.blogspot.com. gostei da entrevista! boa idéia !

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PAISANOS EM PROSA I - ZACK

A partir de hoje o SOLOURBANO orgulhosamente apresenta PAISANOS EM PROSA, uma série de entrevistas com pessoas interessantes que eu conheço e - mais importante - aceitaram dar uma entrevista prá este BLOG. Espero que gostem...

Então é isso... foi dada a largada!

O primeiro entrevistado é o...

CARLOS ZACK JUNIOR

CARLOS GILBERTO "ZACK" WOLF JUNIOR
19 anos
Téc. Informática / Baterista
São Leopoldo



SOLO - O que , a cada dia , te faz levantar da cama ? Quais tuas motivações atuais ?

ZACK - Motivação é uma coisa difícil, tem dias que eu levanto só pq sei que vou poder deitar quando chegar do trabalho, mas, o que mais tem motivado é mesmo a música, e alguns rostos que a gente cruza, alguns amores, alguns prazeres, nada muito especial, basicamente amigos, bandas, música, mas tenho planos pra mudar algumas coisas, é lógico.


SOLO - Algum plano concreto que queiras falar ?

ZACK - Os planos são restritamente profissionais, tirar cursos, mudar de emprego, não consigo planejar o que vou fazer da minha vida num período maior do que sei lá, uns 2 ou 3 meses prá frente.


SOLO - Quais as dificuldades com a motivação ?

ZACK - É tu ver que algumas pessoas não mudam, algumas coisas vão sempre ser a mesma coisa, não tem como tu te sentir motivado quando tem alguém não motivado junto, a dificuldade é conviver com essas pessoas, a dificuldade na real, é conviver com pessoas, todos tem opiniões diferentes e a maioria acha que sua opinião é a verdade universal, isso é complicado e muito chato.


SOLO - De que forma a música serve como propulsora da tua motivação ?

ZACK - A música, é complicado explicar, mas de certa forma, a música sempre tem alguma coisa pra te dizer, sempre tem algo pra conversar, o principal programa do meu fim de semana é o ensaio religioso da Monodia no sábado. Numa entrevista da banda foi dito que economizamos um monte em terapia porque a música é nossa terapia em grupo, e pô, quem não se dá ao luxo de chegar em casa, apagar a luz e por um BOM disco a rolar? É algo! Tem gente que chega e liga a TV, ou abre um livro. Eu coloco um disco.


SOLO - Enumera alguns discos BONS prá se "rolar" ?

ZACK - No geral, achei, há um tempo, um discão que um amigo me mostrou e eu catei pra baixar na internet, Outback, um cara chamado Joe Farrel, com uma banda muito boa, jazzão lindo de ouvir. Gosto muito de Sigur Rós, sempre escuto muito eles, principlamente Agaétis Byrjun, esse cheguei a comprar o cd original mesmo tendo as MP3, Damien Rice vem a algum tempo no playlist, escuto muito os improvisos da Monodia, coisas que gravamos em fitinhas k7 nos ensaios, Queens of The Stones Age, o primeiro disco deles "R", mas essa banda não nesse ritual de deitar e apagar a luz, esses são mais pro dia-a-dia, vou só citar mais umas, Hurtmold, Os Afro-Sambas que tu mesmo gravou pra mim. Gosto de coisas calmas pra ouvir deitado. Atualmente, tenho escutado Mars Volta, os dois discos deles, ambos muito bons, Regina Spektor, esse me falaram pra baixar no msn e acabei gostando um monte, achei um disco Nara Leão, Edu Lobo e Tamba Trio no slsk, muito bom, tenho escutado um monte, Sonic Youth, depois de ir no show deles voltei a escutar bastante, Low, Nada Surf, Slint, Lovage, Portishead e por aí vai.


SOLO - Gostaria que falasses um pouco sobre como andam as coisas com a MONODIA. Além disso, quais os teus outros projetos musicais atuais e em que pé estão ?

ZACK - Tá tudo em fase de gravação ou Stand by, a Monodia tá numa fase boa, nós estamos nos sentindo bem com o que estamos fazendo, estamos pra gravar um disco com toda calma do mundo pra que saia o mais fiel ao que imaginamos e estamos fazendo bons shows também, tocamos com muitas bandas que gostamos esse ano, toco percussão no Poesia, Ruídos & Samba que também está pra gravar, queremos começar o ano com material novo, e tem mais uns projetos com um cara aí que nunca tem tempo pra ensaiar. (N.E.: ele tá falando da NEGO ALBINO)


SOLO - Como foi estar lá no CLARO QUE É ROCK e ver nomes como Sonic Youth na tua frente ?

ZACK - Foi massa, tinha visto Arcade Fire que acabei esquecendo de citar nos discos anterirores ali a pouco tempo e depois vi esses shows todos, às vezes vale a pena economizar alguns tostões, esse é um dos motivos que a música me motiva, bandas boas, que fazem shows bons de se ver.


SOLO - Pergunta fatídica: o que é ROCK ?

ZACK - Eu curso Ciência da Computação, jornalistas que gostam de explicar estilos e rotular bandas.


SOLO - Neste sentido, tu achas que o "jornalismo" tem ajudado ou atrapalhado ?

ZACK - Olha, tem muito jornalista que adora criar moda, banda do momento, verdades universais, eu não sei dizer se atrapalha ou ajuda, eu simplesmente não acredito muito nisso, existem ótimos críticos e bons jornalistas por aí, mas acho que imparcialidade hoje em dia tá ficando raro, eu andei até escrevendo sobre o claro q é rock, não achei que me saí mal, mas também notei que é dificil falar algo sem dar tua opinião pessoal, mas acho que como em qualquer profissão, existem os bons profissionais e os que só estão ali pelo dinheiro, fama ou enfim, seja lá o que for.


SOLO - Mas tu vês sentido na imparcialidade ?

ZACK - Cara, na música é um pouco mais dificil do que dizer assim, eu escrevo sobre esportes então vou falar sobre ambos os times sem dar ênfase ao time que gosto, mas julgar música sendo imparcial é complicado né? Se eu não gosto de algo, como vou conseguir fazer alguém que gosta daquele determinado tipo de música ler minha resenha sem ofender minha mãe? É isso que eu estou dizendo, conseguir tocar somente o ponto crítico, tipo, como música, com arte e enfim, não como a minha banda preferida ou a banda que eu odeio.


SOLO - Em tuas bandas há alguma preocupação de se valer da mídia para ajudar a divulgar os trabalhos ? De que forma isso é feito ? Há uma boa recepção ?

ZACK - Pra ter uma idéia um dos caras que trabalha comigo sempre me pergunta da minha banda e temos site e eu nunca tinha passado pra ele, ele descobriu nossos site procurando no google se não me engano, divulgamos só o possível mesmo, shows, amigos, internet, mas no geral, como a divulgação é pouca a recepção é quase total, mas queremos sair do estado pra tocar no próximo ano com a Monodia. A Poesia, Ruídos & Samba vai divulgar através do material novo agora e fazer uns shows também.


SOLO - A internet deu uma grande socializada no acesso à informação. Além disso , outras tecnologias facilitam cada vez mais os registros sonoros. Isso tudo facilitou demais a vida de quem quer fazer música. Como tu vês esta evolução na cena (eu odeio esta palavra) da tua região ?

ZACK - Antigamente uma banda gravava uma fita K/7 demo e mandava pras rádios, hoje em dia tu grava, faz um site na internet e coloca as músicas pra download, mandaum email e os caras baixam tuas MP3 direto do site, acho que foi um pulo grande, e isso não só como banda, como público, quantos discos tu baixou nos ultimos tempos? Eu não lembro e nem chuto perto, tu acha bem dizer tudo que tu quiser. Acho que pra cena (também odeio) foi ótimo, hoje em dia é só querer ter uma banda, fazer sucesso é outra história, mas ter uma banda é só querer.


SOLO - E o RAP cara? já vi gente importante dizendo que é a nova onda, o precursor da canção, o repente do novo milênio e blá-blá-blá... O que tu achas ?

ZACK - Bom, eu ouvi a alguns anos alguém falar que Strokes era a salvação do rock, deve ter sido a mesma pessoa então...


SOLO - Então era isso... Prá encerrar, algo a dizer ?

ZACK - Já que eu disse divulgação, vou fazer uma propaganda.
www.monodia.com.br / www.tramavirtual.com.br/artista/monodia


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